De olho no aumento da demanda e alta da construção civil, empresas de envidraçamento de varandas pretendem dobrar crescimento em 2011
O empresário Eudes Leitão se especializou no sistema Cortina de Vidro para fechamento de varandas há dois anos. É uma oportunidade de negócio dentro do setor da construção civil, um dos que mais crescem no país.
“Esse produto vai muito de boca a boca, da propaganda indicação (…). Começamos a investir um pouco mais em mídia e começamos realmente a se manter”, diz Leitão.
O investimento para montar o negócio foi de R$ 120 mil. O dinheiro foi usado para montar a oficina e comprar equipamentos: furadeiras, trena a laser, medidor de nível e serras elétricas. Uma parte do dinheiro o empresário guardou para usar como capital de giro.
“Por ser um mercado ainda não muito conhecido, e as pessoas não terem acesso a muita informação, conhecer a empresa, então nós tivemos que fazer aquele investimento de se bancar por aproximadamente seis meses”, afirma.
Os vidros mais usados são o temperado e o laminado, nas cores verde, incolor e fumê. Mas só o vidro temperado incolor representa 90% da demanda. O material recebe a aplicação de uma película para garantir a segurança. Se quebrar, os estilhaços se mantém compactados.
“Ele é um vidro plano, que passa por um processo de forno horizontal e aí ele sofre a tempera, o endurecimento do vidro. Ele é um vidro mais recomendado para a sacada, pela resistência”, revela o empresário.
A estrutura é feita toda em alumínio. Os vidros e as barras metálicas chegam de uma empresa terceirizada. Na oficina é feito o acabamento. As estruturas são medidas e cortadas de acordo com o projeto de cada cliente.
“A colagem é um dos segredos para que você tenha um bom produto final. Ela tem que seguir alguns padrões. A gente tem que tirar o nível do vidro. Tem que tirar certo para que, na hora que você faz a montagem, você não tenha uma sacada torta, você não tenha um vidro mal colado. Tem todo uma cola especial, um tempo de preparação”, diz Leitão.
A empresa cresce, em média, 70% ao ano. Hoje, o faturamento é de R$ 150 mil. Os clientes estão espalhados pela capital paulista, baixada santista e Vale do Paraíba.
“A construção civil está em plena ascensão, há muitas construções, torres com sacada, então nós resolvemos investir, e realmente é um local que a gente está tendo um bom retorno”, revela.
Para envidraçar a sacada de um apartamento, é necessário ter a aprovação do condomínio.
Eudes Leitão trabalha com mão de obra especializada. São 8 funcionários divididos em 4 equipes que fazem a montagem das sacadas.
A empresa faz cerca de 30 envidraçamentos por mês. O preço do metro quadrado custa em média R$ 500. Mas, para saber o valor final de um projeto instalado, além da altura e da largura da sacada, é preciso saber o tipo de vidro escolhido pelo cliente.
Integração de Ambientes
Thais Arruda optou pelo vidro temperado incolor e gastou R$ 5,5 mil na sacada de dez metros quadrados.
“A gente tem uma área aqui bem aberta, então venta muito. A gente colocou o vidro para preservar tanto a mobília que a gente pretende colocar aqui na parte de dentro, quanto ter um espaço fechado pra gente utilizar como extensão da sala também”, afirma Thais.
A empresa também faz o serviço de envidraçamento em casas. Em um exemplo, parte do ambiente externo recebeu vidros e tornou-se um espaço para fisioterapia.
“É bastante seguro e nós podemos fechar totalmente. Dá segurança à casa e também nos protege de vento, umidade, tudo”, diz a cliente Lilian Hadlich.
“Nós estamos com uma expectativa de um aumento de pelo menos 50% no faturamento e também na expansão da empresa. A gente quer seguir neste mesmo patamar, se a construção civil continuar como nós encontramos agora, eu acredito que nós alcançaremos facilmente esse número”, estima Leitão.
Construção Civil em Alta
Segundo dados do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo, só em 2010 o mercado movimentou mais de R$ 150 bilhões no país. Para o consultor Sebastião de Oliveira, este é o momento para as pequenas empresas se especializarem.
“O fundamental é que essas empresas encontrem um pedaço desse mercado, uma fatia que seja ao mesmo tempo grande o suficiente para gerar bons resultados, mas não tão grande que atraia grandes competidores, ou seja, buscar nichos de mercados”, afirma Oliveira.
Fonte: PEGN